Bright Innocence

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

e quando olhei no espelho eu vi meu rosto e já não reconheci

Era meados de Outubro, e minhas mãos estavam aspéras e meu coração gélido. Um aperto no peito, era a ausência da família, eram coisas novas todos os dias, novas tarefas, novos desafios, novas conquistas, novos sonhos, novas roupas e sapatos, novas ambições. De repente, parei para refletir, refletir sabe? quando a gente para pra pensar sobre um assunto qualquer, se perder no nosso próprio pensamento que vai longe... e quando olhei no espelho eu vi meu rosto e já não reconheci. Eu não via mais aquela menina da escola, timída ao extremo, motivo de chacota pelos colegas por ser gordinha, cabelo mal tingido, baixa-estima, mal humorada, e com inveja das amigas por terem namorados. A menina escrevia textos onde descarregava tudo o que sentia, tudo o que sofria. Ela tinha tempo demais. E será que ela ainda existe? Procurei características com a nova (agora mais velha) menina, talvez o sorriso seja o mesmo. Eu mudei, mal escrevo textos, não escuto e não deixo os comentários dos outros me atingirem, não me lembro da última vez que chorei e apesar de não ter um alguém pra chamar de meu, até que tive momentos bons com pessoas especiais. E eu não mudaria nada, porque foi aquela menina, tímida e gordinha, que me fez ser a mulher que sou hoje e quanto a falta de tempo... eu não preciso de mais tempo, já me sinto absurdamente feliz.

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