Bright Innocence

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Uma estranha ao lado

Estou com uma dura vontade de desabafar, parece que vou desabar a qualquer momento. Bateu uma nostalgia, uma rara e passageira vontade de falar sobre mim, me definir, me dar uma bronca, me auto-mutilar, me ferrar com tudo. Sabe por quantas coisas eu passei este ano? e olhá que ele só está na metade. Eu já tive o meu primeiro emprego, ao qual muitos desejam, e lá estava eu finalmente "amadurecendo" e não consegui, fui fraca o bastante para não aguentar tanta responsabilidade, desisti, fui embora, abandonei o barco, deixei meus alunos com falsas promessas. Tive um curto relacionamento com alguém que eu julgava ser perfeitamente imperfeito para mim, éramos parecidos em tantas coisas e estavamos nos dando tão bem, até que entrei no orkut e por depoimento li que estava tudo terminado, o tempo me mostrou que era muito mais imperfeito do que eu imaginava. Passei por inúmeras provas na faculdade, das quais nunca estudei o suficiente, meus amigos estavam lá presencialmente, e eu sabia que por mais um semetre eu estava ferrada, tanta coisa para administrar, a minha vida completamente desorganizada como sempre, e eu com uma placa "o que será de mim dessa vez?", notando que, o plano "o próximo semestre será diferente" estava descendo ladeira abaixo. Fiz concurso público, ou melhor, eu tentei fazer. Eu tentei organizar meus documentos, vestir uma roupa social, pegar o ônibus de forma que eu chegasse ao destino uma hora antes. Falhei. dei de cara com as portas fechadas e um grito mudo na garganta, a voz do fracasso, menti até o pescoço, menti até que a mentira tornou-se parte da minha vida. Um novo encontro de duas pessoas, e ele estava ali, como sempre esteve. Agora era diferente, ele estava livre. Então, por que não amá-lo? não gosto, não consigo, ou não me permito deixar-me envolver. Três semanas envolvida, e o meu corpo começa a pinicar e a voz começa com o alarme "já é tempo demais, você vai mesmo se envolver?" disse que ia viajar, então, ele não ligou, eu não viajei, eu não liguei... Férias, tão sonhadas férias, o máximo que fiz até agora fui baixar músicas da internet, ver minha melhor amiga todos os dias, desmarcar pela milésima vez a viagem com amigos, voltar a acadêmia com um sorriso amarelo, tirar fotos inúteis, e arrumar a casa. Ah já ia me esquecendo, eu fiz algo diferente, eu confessei um monte de coisas, e eu confessei para mim mesma. Acho que o título da postagem não condiz com o que foi escrito, ou talvez, sim.

Marcadores: